Espaço Psicologia e Psicoterapia
  • Home
  • Áreas de actuação
    • Psicoterapia >
      • Adultos >
        • Psicoterapia Individual
        • Psicoterapia de Casal
        • Check-up Psicológico
      • Crianças e Adolescentes >
        • Psicoterapia Individual
    • Desenvolvimento Pessoal
    • Orientação e Aconselhamento Vocacional e de Carreira >
      • Adultos
      • Adolescentes >
        • Recursos para jovens e pais
    • Formação e Supervisão de Psicólogos >
      • Supervisão
      • Formação
      • Vídeo-Formação
      • Recursos para Terapeutas
      • Blog Terapeutas
  • Equipa e Contactos
  • Blog
  • Rádio
  • Créditos

Blog para terapeutas

Intervir com pacientes desafiantes

28/9/2014

0 Comments

 
Ao longo do meu percurso profissional, tenho tido a oportunidade, e eu diria que o privilégio, de trabalhar com pacientes com dificuldades mais estruturais, em que o seu funcionamento intra e interpessoal, mais rigidificado em padrões desadataptivos, os coloca recorrentemente em ciclos interpessoais improdutivos e insatisfatórios.

Estes pacientes tendem a ser grandes desafios para nós terapeutas, já que muitas vezes despertam em nós as mesmas reacções adversas que despertam nos outros lá fora, e das quais se queixam, sem se aperceberem do seu contributo para elas.

Estes pacientes precisam nalguma altura do processo terapêutico perceber como funcionam e como esse funcionamento lhes trás problemas, mas o processo de os ajudar a percebê-lo precisa ser muito cauteloso, precisamos dar-lhes tempo e espaço, e precisamos pelo caminho gerir as  nossas próprias frustrações e as nossas próprias reacções mais adversas aos comportamentos que eles nos dirigem.

O trabalho terapêutico com estes pacientes é de facto muito exigente, mas pode também ser muito gratificante, se conseguirmos usar as reacções contra-transferenciais que eles nos provocam em benefício do processo terapêutico e não contra ele.

A exigência do trabalho com estes pacientes reside em vários factores:
  • Em primeiro lugar, precisamos estar sempre muito atentos a nós mesmos, às nossas reacções contra-transferenciais ao que eles colocam em nós e à forma como se relacionam connosco. É importante termos o cuidado de nos questionarmos “onde e porque é que este paciente está a mexer comigo?” e percebermos as nossas potenciais contribuições para o problema.
  • Depois é importante também questionarmo-nos, ainda interiormente, “qual será a motivação mais profunda, ou a necessidade mais profunda deste paciente, por detrás desta forma mais agressiva, ou desligada, ou provocadora de se relacionar comigo?”. No fundo é lembrarmo-nos que o funcionamento dos nossos pacientes tem uma história, algures no seu crescimento eles precisaram desenvolver determinadas estratégias para se protegerem e lidarem com os contextos em que estavam inseridos, e estas estratégias generalizaram-se e rigidificaram-se. Nós terapeutas precisamos ter a disponibilidade, e às vezes o sangue frio, de antes de reagirmos ao paciente no que poderia ser um acting out da nossa parte, semelhante às reacções que eles estão habituados a receber lá fora e que só os fazem confirmar ainda mais as expectativas que já têm que vão ser rejeitados, criticados ou culpabilizados, respirarmos fundo e procurarmos perceber “o que é que ele precisa no fundo receber de mim, mas que não sabe ou não consegue pedir, e actua desta forma que sem querer ainda me afasta mais de lho conseguir dar?”.
  • E por último, e igualmente difícil, é importante podermos, de uma forma muito cuidadosa, evitando ao máximo ser crítico ou culpabilizar o paciente, devolver como nos sentimos e explorar o que é que está a acontecer ali ou, com pacientes que precisem mais da nossa ajuda a desvendar o seu próprio interior, partilhar, sempre como hipóteses e nunca como certezas, as reflexões que nós próprios fizemos do que nos parece ter contribuído, ou estar a contribuir, para o problema.

Adicionalmente, no trabalho com estes pacientes é essencial fazermos supervisão com terapeutas mais experientes e que tenham a capacidade de nos conter e nos acompanhar nas nossas próprias dificuldades e frustrações, para que a experiência seja o menos dolorosa e o mais gratificante possível.

Estes pacientes precisam imenso de nós e do nosso investimento, que possamos não desistir deles e sim melhorarmos a nossa capacidade de os acompanhar.

Joana Fojo Ferreira
0 Comments



Leave a Reply.

    Autoras

    Andreia Santos
    Joana Fojo Ferreira

    Um espaço de partilha de reflexões e considerações importantes à prática clínica.
    Receba cada novo post no seu e-mail subscrevendo a nossa mailing list


    Arquivo

    Clique em arquivo para aceder à lista de textos publicados.

    Categorias

    All
    Abordagens Terapêuticas
    Abordagens Terapêuticas
    Auto-reflexao
    Autovisão
    Diana Fosha
    Gestalt
    Interface Com Outras Areas
    Jeremy Safran
    Leigh McCullough
    Paul Wachtel
    Perturbações Da Personalidade
    Relação Terapêutica
    Relação Terapêutica
    Terapeutas


    Cronologia

    December 2019
    July 2017
    May 2016
    November 2015
    October 2015
    October 2014
    September 2014
    May 2014


    RSS Feed

Powered by Create your own unique website with customizable templates.
  • Home
  • Áreas de actuação
    • Psicoterapia >
      • Adultos >
        • Psicoterapia Individual
        • Psicoterapia de Casal
        • Check-up Psicológico
      • Crianças e Adolescentes >
        • Psicoterapia Individual
    • Desenvolvimento Pessoal
    • Orientação e Aconselhamento Vocacional e de Carreira >
      • Adultos
      • Adolescentes >
        • Recursos para jovens e pais
    • Formação e Supervisão de Psicólogos >
      • Supervisão
      • Formação
      • Vídeo-Formação
      • Recursos para Terapeutas
      • Blog Terapeutas
  • Equipa e Contactos
  • Blog
  • Rádio
  • Créditos