![]() Joana Fojo Ferreira Espalhou-se pela internet, há uns tempos atrás, esta imagem alusiva à distância entre a nossa zona de conforto e a zona onde a magia acontece. Esta imagem tem alguns problemas: por um lado, dá a ideia de que ou estamos numa zona ou estamos na outra e que há uma distância imensa entre as duas; por outro, não clarifica como é que se passa de uma zona para a outra, passa a ideia de que temos que sair da nossa zona de conforto e dar um salto de confiança para algo absolutamente estranho e desconhecido para que a vida passe a ser como gostávamos que ela fosse; por último, ainda que para os mais aventureiros este salto possa ser estimulante, para o comum dos mortais esta imagem pode trazer uma certa angústia, a sensação de que a distância é demasiado grande e o salto demasiado assustador, nunca conseguirei chegar onde a magia acontece. Por estes motivos, prefiro esta segunda imagem, mais realista, menos angustiante e mais esclarecedora. Nesta imagem compreendemos que para a magia acontecer não temos que sair da nossa zona de conforto e dar um salto no escuro, temos sim que AUMENTAR a nossa zona de conforto para que ela inclua a zona onde a magia acontece.
A mudança não tem que passar por uma transformação radical em que deixamos de ser quem somos para passarmos a ser ou a estar num ponto completamente diferente; mudança pode muito bem ser, e é-o a maioria das vezes, um acumular de pequenos ganhos, de pequenas experiências no limiar da nossa zona de conforto, que se vão tornando seguras, sólidas, e nos permitem gradualmente ir mais além. Quando voltar a ver a primeira imagem, não se assuste, acrescente-lhe mentalmente círculos maiores de potencial de crescimento, e acredite, através deles, passo a passo, vai chegar exactamente aonde quer.
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![]() Andreia Santos Esta é uma reflexão sobre as famosas expressões: “aquela pessoa não tem personalidade!”, “Tens uma grande personalidade!” ou “aquela pessoa tem uma personalidade muito forte”.
Esta ideia da personalidade ter tamanho ou força, há já algum tempo que me chama a atenção. Quando oiço estas expressões, a primeira sensação que me causa é a de que há uma métrica (pequena/grande) ou um valor (bom/mau) para a personalidade, ou seja para aquilo que nos define. Muitas vezes associa-se a expressão ter uma personalidade forte ou vincada a pessoas que se destacam, ou que por vezes demonstram uma posição rígida nas suas atitudes e opiniões, que em alguns contextos pode ser adaptativo e noutros não, no entanto parece que é quase sempre algo valorizado. Nesta ideia da personalidade a metro, fica a sensação ou a exigência de que temos de ser de determinada forma para sermos valorizados. Mas a minha questão é: e onde ficam as pessoas que são mais discretas e/ou mais flexíveis e às quais não associamos estas expressões, terão elas uma personalidade pequena ou não têm personalidade? Certamente que não, todos nós temos uma personalidade, ou seja todos nós temos características psicológicas que moldam a forma como nos relacionamos connosco próprios, com os outros e com o mundo e que determinam padrões de pensar, sentir e agir. De entre estas características, há umas que se destacam mais do que outras, e necessariamente os outros vão senti-las de diferentes formas. E se no lugar de “tens uma personalidade forte” começássemos a dizer às pessoas: “gosto da forma como comunicas as tuas ideias”, “admiro-te”, ou em vez de nos referirmos aos outros como não têm personalidade: “acho que aquela pessoa ganhava mais em exprimir aquilo que quer”. |
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