![]() Andreia Santos Esta é uma reflexão sobre as famosas expressões: “aquela pessoa não tem personalidade!”, “Tens uma grande personalidade!” ou “aquela pessoa tem uma personalidade muito forte”.
Esta ideia da personalidade ter tamanho ou força, há já algum tempo que me chama a atenção. Quando oiço estas expressões, a primeira sensação que me causa é a de que há uma métrica (pequena/grande) ou um valor (bom/mau) para a personalidade, ou seja para aquilo que nos define. Muitas vezes associa-se a expressão ter uma personalidade forte ou vincada a pessoas que se destacam, ou que por vezes demonstram uma posição rígida nas suas atitudes e opiniões, que em alguns contextos pode ser adaptativo e noutros não, no entanto parece que é quase sempre algo valorizado. Nesta ideia da personalidade a metro, fica a sensação ou a exigência de que temos de ser de determinada forma para sermos valorizados. Mas a minha questão é: e onde ficam as pessoas que são mais discretas e/ou mais flexíveis e às quais não associamos estas expressões, terão elas uma personalidade pequena ou não têm personalidade? Certamente que não, todos nós temos uma personalidade, ou seja todos nós temos características psicológicas que moldam a forma como nos relacionamos connosco próprios, com os outros e com o mundo e que determinam padrões de pensar, sentir e agir. De entre estas características, há umas que se destacam mais do que outras, e necessariamente os outros vão senti-las de diferentes formas. E se no lugar de “tens uma personalidade forte” começássemos a dizer às pessoas: “gosto da forma como comunicas as tuas ideias”, “admiro-te”, ou em vez de nos referirmos aos outros como não têm personalidade: “acho que aquela pessoa ganhava mais em exprimir aquilo que quer”.
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